O anúncio do fim do GRC pela SAP trouxe um alerta para empresas brasileiras que dependem da solução para atender às suas obrigações fiscais. A descontinuidade do SAP Electronic Invoicing for Brazil 10.0, prevista para 31 de dezembro de 2025, significa que não haverá mais atualizações de segurança, correções de erros ou suporte técnico oficial.
Para organizações que utilizam o GRC na emissão, recepção e monitoramento de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) e Conhecimentos de Transporte Eletrônicos (CT-e), a mudança exige um processo estruturado de migração. Estima-se que milhares de empresas, especialmente aquelas de grande porte que utilizam SAP ECC ou S/4HANA, ainda mantenham o GRC como ponto central de seus processos fiscais.
O fim do suporte, entretanto, não deve ser visto apenas como uma obrigação de substituição. Trata-se de um momento estratégico para repensar a gestão fiscal, incorporando soluções mais modernas, automatizadas e preparadas para acompanhar as constantes mudanças regulatórias brasileiras.
Neste artigo, vamos falar a respeito da decisão da SAP, os riscos associados à manutenção do GRC, o impacto da Reforma Tributária e as alternativas disponíveis, com destaque para o Fiscal.io Monitor.
Por que a SAP decidiu encerrar o suporte ao GRC?
O SAP GRC (Governance, Risk and Compliance) foi desenvolvido para centralizar a gestão de documentos fiscais e integrar as operações empresariais diretamente com os sistemas da SEFAZ. Durante mais de uma década, o sistema foi referência no Brasil, oferecendo confiabilidade para o processo de escrituração eletrônica.
Entretanto, a SAP vem, nos últimos anos, alinhando sua estratégia a um modelo cloud-first, com foco em plataformas globais como o SAP S/4HANA e o SAP Document Compliance. O objetivo é reduzir soluções altamente customizadas em mercados locais, apostando em ferramentas mais padronizadas e escaláveis.
No caso do Brasil, o GRC passou a apresentar limitações frente à velocidade das mudanças tributárias. Para se ter uma ideia, em 2023, mais de 1.800 alterações normativas foram publicadas relacionadas a NF-e, NFC-e e CT-e. Cada mudança exigia atualizações constantes no GRC, muitas vezes via customizações internas custosas.
Além disso, outro ponto crítico foi a expansão da NFS-e (Nota Fiscal de Serviço Eletrônica), que em 2023 ganhou modelo nacional. O GRC, até então, não está preparado para lidar com esse tipo de documento de forma completa.
Assim, o fim do suporte ao GRC representa não apenas uma questão técnica, mas uma reorientação estratégica da SAP. A empresa busca concentrar esforços em soluções que combinem escala global com flexibilidade em nuvem, deixando de lado sistemas legados com forte dependência de atualizações locais.
Essa decisão, no entanto, cria um desafio específico para o Brasil, onde a complexidade fiscal é singular e exige soluções que acompanhem mudanças quase diárias nas legislações.
Riscos de permanecer no GRC após 2025
Manter o SAP GRC em operação após a data de descontinuidade é possível, mas representa riscos relevantes para qualquer organização. Entre os principais:
- Ausência de atualizações de segurança
Sistemas sem manutenção tornam-se vulneráveis a falhas e ataques cibernéticos. No caso do GRC, que lida com dados fiscais sensíveis, essa fragilidade pode comprometer informações críticas. - Falhas operacionais sem suporte
Problemas de integração ou indisponibilidades deixarão de contar com assistência da SAP. Qualquer falha poderá gerar impacto direto na emissão de notas fiscais, prejudicando faturamento e logística. - Não conformidade com mudanças legais
O Brasil possui um dos ambientes tributários mais dinâmicos do mundo. Sem atualização oficial, o GRC rapidamente deixará de atender às exigências da SEFAZ, resultando em rejeições de documentos e risco de multas. - Custos indiretos elevados
A manutenção de um sistema descontinuado gera dependência de customizações internas e suporte terceirizado, aumentando os custos operacionais. - Impacto financeiro em caso de parada
Segundo levantamento da IDC Brasil, o custo médio de uma hora de interrupção em grandes empresas pode ultrapassar R$ 500 mil. Em operações de alto volume, qualquer instabilidade pode gerar perdas significativas.
Dados da Receita Federal indicam ainda que autuações relacionadas a problemas em documentos fiscais eletrônicos cresceram cerca de 12% ao ano na última década. Empresas que optarem por continuar o uso do GRC sem suporte estarão mais expostas a esse tipo de risco.
Em resumo, a permanência no GRC após 2025 não é apenas uma escolha técnica, mas estratégica, já que pode comprometer a conformidade fiscal da sua empresa..
O impacto no Brasil e o papel da Reforma Tributária
O Brasil vive um momento de mudanças estruturais no sistema tributário. A Reforma Tributária, já em andamento, prevê simplificações, mas também exigirá das empresas capacidade de adaptação rápida a novas regras e formatos de documentos.
O GRC, em sua configuração atual, não está preparado para essa realidade. A ausência de atualizações e suporte inviabiliza qualquer garantia de adequação às novas exigências que surgirem a partir de 2026.
Em paralelo, a tendência de digitalização completa da fiscalização já é realidade. Órgãos como a Receita Federal e secretarias estaduais ampliam o uso de cruzamento eletrônico de dados e inteligência artificial para identificar inconsistências em tempo real. Isso torna ainda mais crítico o uso de sistemas atualizados e capazes de acompanhar essa evolução.
Segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), uma empresa de médio porte no Brasil gasta, em média, 1.500 horas por ano apenas para lidar com obrigações acessórias. A automação de processos fiscais é, portanto, não apenas desejável, mas essencial para reduzir custos e riscos.
Nesse cenário, o fim do GRC representa também uma oportunidade de modernização, permitindo que as empresas adotem soluções mais adequadas ao ambiente regulatório futuro.
Fiscal.io Monitor como alternativa estratégica
Entre as soluções disponíveis no mercado, o Fiscal.io Monitor se posiciona como uma alternativa robusta para substituir o GRC. Desenvolvido com foco na realidade tributária nacional, o sistema oferece cobertura ampla e integração com SAP, atendendo às necessidades das empresas que já utilizam o ERP da SAP nas suas operações.
Confira os diferenciais do Fiscal.io Monitor:
- Cobertura completa para NF-e, NFC-e, CT-e e NFS-e;
- Integração direta com SAP;
- Automação de captura e organização de XMLs;
- Monitoramento contínuo para evitar perdas de documentos;
- Atualizações ágeis frente às mudanças legais;
- Armazenamento seguro e auditável, com opções em nuvem ou local;
- Relatórios que oferecem maior visibilidade sobre processos fiscais;
- Payback acelerado: Maior ROI com menor tempo de retorno, maximizando resultados com menor investimento inicial.
Além da substituição técnica, a adoção do Fiscal.io pode oferecer para sua empresa um maior controle e transparência, atendendo não apenas à conformidade fiscal, mas também às demandas de auditoria e compliance corporativo.
Em um cenário de Reforma Tributária e digitalização acelerada, essa abordagem se mostra fundamental para garantir eficiência e segurança operacional.
Como planejar a transição com segurança
A experiência mostra que projetos de migração de sistemas fiscais exigem planejamento cuidadoso. Para o caso do fim do GRC, a recomendação é iniciar ainda em 2025.
Por isso, sugerimos esse roteiro:
- Mapear dependências atuais: identificar todos os processos que utilizam o GRC.
- Definir critérios de escolha: avaliar soluções alternativas com base em cobertura fiscal, integração e suporte.
- Implementar projeto piloto: rodar a nova solução em paralelo ao GRC, validando integrações e fluxos críticos.
- Treinar equipes fiscais e de TI: capacitar usuários para explorar as funcionalidades da nova plataforma.
- Migrar em fases: transferir gradualmente os processos, minimizando riscos de interrupção.
- Encerrar o GRC com validação final: garantir que todos os fluxos estejam estáveis antes da desativação definitiva.
Portanto, essa abordagem gradual permite reduzir riscos e evitar situações emergenciais no fim de 2025. Além disso, a migração planejada contribui para maior aceitação interna e aproveitamento das funcionalidades avançadas das novas ferramentas.
Conclusão
O fim do suporte ao SAP GRC, em 31 de dezembro de 2025, exige atenção imediata de empresas que utilizam a solução em seus processos fiscais. A decisão da SAP está alinhada a uma estratégia global, mas traz implicações significativas para o Brasil, onde a complexidade tributária é elevada e em constante evolução.
Manter o GRC após essa data representa riscos relevantes: ausência de atualizações, falhas operacionais sem suporte, maior exposição a autuações e custos indiretos.
Além disso, a recomendação é iniciar o processo de migração o quanto antes, garantindo que a transição ocorra de forma estruturada e segura.
Perguntas frequentes (FAQ)
1. Quando será o fim do SAP GRC?
Em 31 de dezembro de 2025.
2. Posso continuar usando o GRC após essa data?
Sim, mas sem suporte oficial, atualizações ou garantia de conformidade legal.
3. O Fiscal.io Monitor cobre quais documentos?
NF-e, NFC-e, CT-e e, MDF-e, NFS-e (padrão nacional), de forma integrada.
4. O Fiscal.io Monitor pode ser utilizado fora do ambiente SAP?
Sim, ele também integra com outros ERPs, oferecendo flexibilidade para diferentes cenários.